terça-feira, 21 de junho de 2011

JUAN CARLOS BATISTA


Nasceu em 1960 –  Tegueste, Espanha
Vive e trabalha em Tenerife
A primeira guerra do golfo (1991) surpreendeu o artista, estando nessa altura em Nova Iorque. Apesar do problema de língua, percebeu que o mundo da arte em geral e das artes plásticas em particular, não tinham sido minimamente afectados. A partir desse momento o tema da guerra tem sido uma constante no seu trabalho.

“Na minha série soldados, de 1997 e Patologias de Guerra (1999-2002), transformei  todos os soldados de brinquedos numa espécie de brutalidade e perversão, tentando desmitificar toda uma iconografia de guerra dirigida ao entretimento das crianças.”

Neste trabalho, acertadamente alguém sugeriu-me a alusão à obra de Goya “Desastres de Guerra”. Quando era pequeno, nenhuma imagem me impressionou tanto como a reprodução num livro da obra “Os Fusilados” de Goya...

Quando estava no exército, fazia parte de um grupo de operações especiais. Com os nossos fatos especiais e de toda uma parafernália de camuflagem, nós jogávamos a guerra como  crianças grandes. No entanto esta não era a guerra. Na guerra, a morte está sempre presente e não faz nenhuma distinção, sendo geralmente menos implacável com os cobardes.

Acho que o meu trabalho reflecte sobre a distância entre a verdadeira guerra e a “barbárie abyecta”, ou seja entre aqueles que de facto passaram pela experiência real e aqueles que a vêem representada através dos filmes de guerra, revistas, anúncios de listagem para o exército, roupas militares, brinquedos, etc.

Esta viagem entre um soldado de plástico que é segurado pela criança e o campo de batalha onde essa criança é já um homem que chora e anseia por sua mãe, é uma iluminação inteligente pela sedução do engano.

Uma das peças que criei em 2002, intitulada “ Soldado Boccioni”. Um Híbrio , meio soldado, meio escultura Boccioni, com o título “ Formas únicas da continuidade no espaço”. Representa o futurista fascinado pela guerra e pela tecnologia. É uma sedução e fascínio da estética da guerra que realmente interessa. A tentativa de subverter esses estereótipos, faz parte do discurso do meu trabalho.”

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