Optou-se, talvez por imposição do espaço estreito e alto do suporte, por recorrer um objecto comum, feito para ligar espaços disjuntos, a diferentes alturas: a escada de mão, desmaterializada, no entanto, por uma aguada azul.
Assim se evoca a sucessão de andares entre o mar e a serra, dos basaltos às casas, dos verdes aos nevoeiros, sem a exaustividade da fitogeografia e da geologia, sem o registo da fotografia, da pintura ou desenho. Apenas se atenta na memória dos percursos, nas palavras e nos seus ecos, no trabalho da memória. Uma paisagem percorrida, vista e nomeada: areia, calhau, rocha, casas, poios, serra, nuvens, céu.
Isabel Santa Clara
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