terça-feira, 20 de setembro de 2011

PATRÍCIA SUMARES


Nasceu em 1969, no Jardim do Mar

Estudos        
Licenciatura em artes Plásticas | Escultura pelo ISAD – Instituto Superior de Arte e Design da Madeira

Vive e trabalha na Calheta.

(...)Há um lugar no mundo que se designa «jardim do mar». Versões futuristas apontam os oceanos como solução viável no confronto de reduto da Terra. 
Os trabalhos de Patrícia Sumares, ramificam-se num pressuposto multiplicador que redimensiona O OLHAR de quem os observa. A artista «desenha», compõe, molda o essencial da natureza circundante, transportando-nos num semblante de permanência, como se de uma matriz se tratasse, um desocultar.
A seriação estrutura o espaço, reorganiza os seus projectos, cuja mensagem se degladia com um dizer particular da própria vida da autora. Os rostos, linguagem comum de trabalhos mais recentes, não identificam alguém em particular, mas comungam de um gene familiar ao qual nos vamos habituando. São personagens de lugar nenhum, vivos através da memória de um sítio que nos ultrapassa. Figuras humanas «justapõem-se» numa organização formal que dá lugar à instalação ou a um volume escultórico. Patrícia Sumares demarca-se, pela componente da escultura, vertida numa identidade de lugar, personalizada de cunho relevante. O espaço expositivo, a ela pertence – a artista – e é reformulado, pelas obras, servindo de indicador/mapa de uma mensagem interna que a mesma «partilha». Em menor número, encontramos as mulheres no domínio da escultura e, talvez por isso mesmo, Patrícia Sumares assimila, nos seus objectos, uma conduta da natureza enquanto Mãe-Terra, compressão ou amálgama do corpo/ilha. A arte em P. Sumares, refaz-se numa narrativa em crescendo, motivada pela condição reprodutora. Na auscultação acesa dos dias, a autora sulca candura ou cansaço, sinais ou ritos, «tatuados» pelo avesso dos trabalhos que descrevem a atmosfera que nos cerca. O feminino, permanece na memória de quem toca e vê as peças da artista, tornando-as lugares de incitação à fala.
                                                                     Paulo Sérgio BEJu, Abril 2011

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