Nasceu em Luanda, em 1975
Vive e trabalha em Lisboa
«Somos o lixo do mundo»
Esta frase retirada do filme Fight Club (David Fincher, 1999) poderá ser aplicada quer à condição humana, especialmente na cultura contemporânea, quer igualmente à forma como certos artistas trabalham hoje em dia.
No caso de Yonamine esta sentença tem um duplo sentido: pela via dos materiais que utiliza, reciclando memórias e objectos que vai encontrando no seu percurso, e pela forma como dirige uma crítica viva e humorística dos factos históricos e sociais do nosso tempo...
Yonamine duvida, questiona, e ao fazê-lo traz à superfície os espectros que voluntariamente deixamos adormecidos. Desta maneira, procede a um inquérito exaustivo e pessoal do material humano que está à sua disposição, resgatando as dores do mundo numa estética oposta a este sentimento: pop, viva, colorida, fresca e divertida.
Este artista traduz, no verdadeiro sentido da palavra. Retoma determinadas linguagens provenientes do seu background, pela via da tradição que permanece (como acontece com as referências tais como as escarificações tribais e as kinguilas angolanas) ou pela via da actualidade (em acontecimentos recentes da história), e procede a uma espécie de traição operada pela arte da originalidade das mesmas.
Não é apenas no conteúdo que este artista é complexo e multifacetado. O seu modus operandi varia desde a colagem, à pintura, ao grafitti e ao vídeo, dedicando-se à tela como um construtor de mundos, destruindo unidades espaciais, temporais e materiais.(...)
Carla de Utra Mendes, Lisboa 2011
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