Nasceu em 1956 – Lisboa, Portugal
Estudos
Licenciado em Design de Comunicação pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.
Doutorando em Arte Multimédia pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
Vive e trabalha em Lisboa.
Fernando Aguiar desenvolve, levando ao seu extremo, a tentativa de transversalidade que instaura a poesia visual. Este artista procura articular as diversas disciplinas artísticas, que ele utiliza, de modo a constituir uma obra de referencialidades e relacionamentos variáveis.
Talvez não seja apropriado utilizar o termo corpo para a obra deste artista, uma vez que a diversidade de técnicas e médiuns empregues na sua constituição, invalida qualquer relação de carácter antropomórfico como também qualquer possibilidade de a assemelhar a um simples corpo textual. O modo como se estende e se produz a obra de Fernando Aguiar faz-nos identificá-la com uma rede. É nessa rede que se processam continuamente os reenvios dos momentos de enunciação que tiveram lugar nas performances realizadas pelo artista.
Deste modo, parece mais pertinente identificar as pinturas, os livros e as acções poéticas deste artista, como elementos constituintes de uma extensa rede em que não há nem saídas nem entradas previamente estabelecidas. O que há é simplesmente um constante jogo de relações de intensidade que provocam diferenças de potencial entre esses elementos, permitindo assim, o continuo fluir das imagens, das mensagens. Em última instância, na obra de Fernando Aguiar existe a vontade de um autor em procurar expandir os domínios e acessibilidades dessa rede na finalidade de integrar cada vez mais o maior número possível de participantes, e paralelamente existe também, a secreta esperança de reconhecer-se num qualquer estremecimento provocado pela intensidade dessas comunicações.
Augusto Carvacho in “Dinâmicas a partir do Inevitável”,
Centro de Artes e Espectáculos, Figueira da Foz
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