Nasceu em 1947 – Ponta do Sol, Madeira
Vive e trabalha no Funchal
Somos sempre personagens
de um livro maior que a vida que a morte
que tudo o mais
Que o diga quem escreve histórias
Personagem prisioneira das personagens que cria
E na história que me coube
no livro maior que a vida que a morte
que tudo o mais
a Personagem que sou interpreta o seu papel
Desnuda a alma quando fala de si mesmo que minta
Quando expõe o que faz partilha pensamentos
desejos ansiedades mesmo que falsos
E serve-se do Arco do Céu para sair do inferno
sem cor da cor do breu
Provoca o fruidor quando vende a retalho as grandes telas
que ninguém ousa comprar
Quando um concurso acompanha a exposição
e muitos tentam ganhar
Ou quando oferece livros com votos de Feliz Natal
Ou ainda quando mostra rostos e corpos vazios
num labirinto impossível que muitos querem romprer
E mostrou o modo obsedante como usava os pictogramas
dos Povos do Nordeste de Angola
E as simples narrativas primevas encantatórias
quais tatuagens perenes povoam formas e fundos
e figuras esculpidas
E Tolentino Mendonça Padre e Poeta disse
(...) pratica uma rara arte: a de representar os sinais de Deus
a partir da memoria mais recôndita do tempo.
A arte dos primeiros humanos (Diário de Notícias, 27 de Maio de 1995)
Guilhermina da Luz
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